MOB - Movimento de Base do PT Pernambuco emite manifesto em defesa de Luciano Duque (PT)

Manifesto Apoio a Luciano Duque
O momento político e as disputas de projetos em Pernambuco e no Brasil exige, da esquerda brasileira, uma agenda que ao defender o pragmatismo não esqueça o programa de modelo de sociedade, economia e prática política. No caso do PT, por tudo que o partido representa, essa exigência é ainda maior, pois exige coerência da direção para que isso seja assimilado e praticado também pela militância.

Em 2012, nas eleições municipais, em particular no Recife, inúmeros candidatos, alguns que inclusive estão hoje na coligação da "Frente Popular" conduzida pelo PSB fizeram campanha aberta a dois candidatos simultaneamente: o candidato do PT e a candidatura do PSB. E, por momento algum, ouviu-se falar em punições, nem tão pouco em processos disciplinares ou éticos.

Nota–se que mais recentemente, nas eleições de 2016, em várias cidades do País e em Pernambuco, alguns Diretórios Municipais apoiaram e fizeram aliança com partidos golpistas. Temos como exemplo, Caruaru.

É notório que o candidato ao senado pelo PT, Humberto Costa, sobe no mesmo palanque e pede votos para Jarbas Vasconcelos, um candidato golpista, antipetista e inimigo do povo pernambucano e brasileiro.

No caso das eleições de 2018, é possível que a responsabilidade por toda essa desorganização partidária tenha origem na intervenção da Executiva Nacional quando desacatou uma decisão soberana do Encontro Estadual que, na ocasião, resolveu seguir com a candidatura própria ao governo do estado tendo Marília Arraes como nossa representante e somando-se ao anseio do povo pernambucano.

Consideramos que Luciano Duque se tornou, juntamente com Marília Arraes, uma liderança importante e nova no PT, pois, além de líder no Sertão, vem há um ano desempenhando um excelente papel político na região e alavancando em especial a então pré-candidata Marília Arraes em dezenas de cidades da Região do Estado de Pernambuco.

É visível a diferença entre Armando Monteiro e o atual governador de Pernambuco, candidato a reeleição, pois mesmo que tenhamos criticas ao palanque que Armando compôs, precisamos reconhecer que o mesmo defendeu Dilma Rousseff até o fim. Bem como se colocou contra o golpe. Enquanto o PSB e Paulo Câmara, ao contrário, colaborou com o golpe, liberando deputados para votar a favor desse golpe somado ao apoio a Aécio Neves, um dos interlocutores do golpe.

O fato é que o conserto de todos os erros do PT/PE ocorreria agora, com a candidatura própria, mas alguns "alquimistas" políticos do PT resolveram trair a militância ajudando a Executiva Nacional, de maneira autoritária, com um discurso que não convenceu nem a militância e nem a população usando uma estratégia que não se apresenta como eficiente e nem tão pouco apresenta resultados positivos para o PT em PE.

Considerando a história e a luta de grupos não hegemônicos no PT de PE, é necessário compreender que a militância não apoie e nem vote em Paulo Câmara e nem em Jarbas. Por outro lado, que Luciano Duque possa declarar apoio a Armando Monteiro e não ser visto como alguém que esteja cometendo, dessa forma, qualquer sacrilégio.

É necessário ainda afirmar que, considerando as normativas, ritos do Partido e outras composições, não pode ser esquecido por todos e todas, que o PT em PE, já fez aliança com o PTB em PE em 2014.

Assim, é fundamental que a democracia interna seja exercitada e que Luciano Duque possa ser respeitado em sua decisão; que seja tratado como todos são, ou seja, com o mesmo peso e a mesma medida que é utilizada para as outras lideranças do Partido em seus erros e acertos.

Movimento pela Base do PT