Em período de campanha o assistencialismo dos políticos está em alta, em Barreiros e São José da Coroa Grande.

Como de praxe, em todos os anos que antecede as campanhas políticas, principalmente nas que se referem às municipais, aparecem aqueles e aquelas, de ultima hora que, loucos para aparecer fingindo ser o que nunca foram, em busca de votos, passam à distribuir presentes e fazer ações de caridade nos bairros, e locais próximos, ou afastados, para passar a ideia de ser um "bom homem" não sendo um bom homem.

Passam-se anos e anos, sem que problemas sociais sejam resolvidos (por falta de interesse) deixando populares, principalmente os mais desfavorecidos à mercê da "caridade" necessitando de assistências e ações sociais que nunca são feitos em períodos anteriores.

"O assistencialismo empobrece homens e escraviza cidadãos e cidadãs, marginalizando-os" (Ed Soares)
Assim sendo, nos poucos meses que antecedem as campanhas vamos passamos à encontrar os "amigos" que nunca existiram, apresentarem-se em chamadas e jingles, patrocinando blocos, jogos de futebol, ou "cedendo" seus carros para que amigos sejam levados à hospitais, ou ainda aquele empurrãozinho no INSS para que, aqueles que o procuram, consigam ser aposentados ou aposentadas, passando estes, principalmente os menos esclarecidos, à serem gratos, eternamente, àquele que "fez esta ação generosa". E desta forma vamos encontrar aquele senhor ou aquela senhora humilde chamando o "executor da ação" de "homem bom", e ainda dizerem publicamente que "se não fosse ele ou ela, não teriam conseguido tal ou qual coisa".

Em Barreiros e São José da Coroa Grande, interior Pernambucano, localizados na Mata Sul, por exemplo, em todos os lugares, os novos candidatos, ou atuais legisladores e/ou administradores executivos, ou ainda aqueles que estão em busca de cargos para Prefeitos, passam à "colaborar" com determinados eventos de antes de serem citados seus nomes nos "patrocínios" estes passam à ser chamados de amigos. Se a pessoa for simplesmente chamado de João, em período de campanha passam à ser hipocritamente citados de "O amigo João". Mostrando assim, a hipocrisia dos tais senhores que pleiteiam cargos nesta região.

Praticantes do "nada à fazer" e do assistencialismo fácil, tais senhores anseiam ser candidatos ante às facilidades assistenciais para com os novos eleitores. E por que não cita-los, clientes!?

"O assistencialismo é a ação de pessoas, organizações governamentais e entidades sociais junto às camadas sociais mais desfavorecidas, marginalizadas e carentes, caracterizada pela ajuda momentânea, filantrópica, pontual (doações de alimentos e medicamentos, por exemplo). Tal prática, desprovida de teoria, não é capaz de transformar a realidade social das comunidades mais pobres, pois atende apenas às necessidades individuais e a ajuda é feita por meio de doações. A falta de mudanças estruturais significativas não tira os necessitados da condição de carentes, pois não há elaboração de projetos e políticas assistenciais. Um dos problemas suscitados pelo assistencialismo é a conservação da situação de carência das camadas marginalizadas por finalidades político-econômicas, visto que, por ser uma prática de doação, é um ótimo meio de construção de uma imagem favorável dos doadores em relação a certos públicos (principalmente os mais desinformados)" conforme dizem acertadamente as Relações Públicas Camila Morais e Adriana Sarneiro, numa tese levantada sobre assistencialismo e ação social.

Durante anos, e posso afirmar que há décadas todos os anos o povo humilde é levado intencionalmente ou não, à votar naquele candidato que "investe" em doações e supostas ações sociais. Não existe interesse em mudar a realidade social ainda existente nos bairros das cidades citadas acima. Já que, homens instruídos podem não ser colaboradores fáceis para campanhas e ações sob o tópico social.

"Para que haja mudanças na realidade social dos indivíduos marginalizados é necessário um acompanhamento processual através de projetos elaborados de acordo com as necessidades de cada comunidade, ou seja, uma assistência social ao invés de um assistencialismo" afirma o texto inserido no Blog do Fabricio Procópio, sobre este mesmo tema.

Vereadores atuais, e pré-candidatos à vereadores e/ou Prefeitos, sabendo da necessidade urgente e da miserabilidade ainda reinante em nossa cidade, Barreiros, por exemplo, costumam conseguir exames e consultas, além de carros junto à assistência social com o fim de "premiarem" seus futuros e/ou cativos eleitores, de maneira à "amarrarem estes votos" em campanha próxima. E muitos ainda se permitem levar por estes caminhos escusos, seja por interesses ou por pura ignorância, de ambas as partes.