Vereadores de Barreiros terão dificuldades em reelegerem-se nas eleições do ano que vem. Muitas cadeiras estarão disponíveis com as novas regras eleitorais.

Todos os anos, com as eleições municipais, todos sabiam que para o candidato à Prefeito era importante ter um vereador, principalmente de mandato, à seu lado que "puxasse" votos. Assim como também, para os candidatos ao cargo legislativo sabiam que para chegar lá tinham que fechar acordos à base de uma aliança, chamada de coligação, para que os da legenda lhes puxassem votos para manter o mais votado no poder.

Nesse meio tempo o velho e conhecido jogo político (ou seja, politicagem), entrava no esquema com a compra vergonhosa de candidatos que tivessem votos com calda de seus grupos. Os candidatos que tinham menos votos ajudavam, com a coligação, à manter aquele vereador ou vereadora no poder, graças aos números puxados do grupo partidários. 

Com as coligações, em alguns casos, mesmo quem tivesse um número considerado de votos corria ainda o risco de não conquistar o cargo, já que com o número de votos de um um grupo de 5, 10 ou mais partidos, os majoritários conquistavam a vaga na cadeira legislativa por conta dos votos agrupados dos demais partidos. 

Já aqueles que estavam na cauda, na base da pirâmide, poderia ficar de fora por conta do cociente (número de votos válidos), naquele município.


Agora, nas eleições do ano que vem acontecerá, pela primeira vez, o voto por voto. Que podemos chamar de "mata-mata" eleitoral. Os partidos formarão seus grupos e em cima do cociente, chegando ao resultado dos maiores de cada partido é que serão eleitos os futuros ocupantes das cadeiras, na casa legislativa.

De certa forma, o poder do dinheiro ainda funcionará em algumas cidades, que é a velha e conhecida política da compra de voto. Fator lamentável e nojento em toda e qualquer eleição. Não acredito que será diferente nas eleições do ano que vem. Mas, vamos acreditar que algumas diferenças já estão começando à acontecer no cenário político, à partir dos municípios.

Com o fim das coligações os parlamentares das casas legislativas municipais terão problemas sérios para renovarem seus mandatos. E aqui em Barreiros, aonde há treze cadeiras de vereadores essa questão parece ser mais séria do que imaginamos.

Os atuais legisladores terão pela frente o grande desafio que será o de formarem seus grupos para alcançarem números necessários de votos para atingirem o cociente eleitoral dentro de seus partidos, não mais dos partidos dos outros.

Nas eleições anteriores a maioria dos vereadores ficavam só em seus partidos, e nas convenções realizavam coligações com partidos que tinha a chapa completa.

Para as eleições de 2020 muda tudo. Não serão mais permitidas coligações. E cada partido terá que cumprir sozinho o cociente eleitoral. Em Barreiros este número chega em torno 1.700 votos. Sendo assim, os atuais grupos que estão sendo formados terão que confrontar grupo por grupo, voto à voto, para conquistarem uma vaga na Câmara. 

E uma das principais escolhas por parte dos atuais partidos e seus representantes é não terem em suas chapas vereadores de mandato, viabilizando assim novos nomes para a cidade, com possibilidades maiores de ganhar espaço no cenário politico atual.

As novas medidas também farão com que os candidatos à Prefeito não tenham compromisso, principalmente financeiro, com os legisladores de mandato, o que para os vereadores atuais representa um grande risco, impossibilitando suas reeleições, como antes acontecia.

Dessa forma, aqueles vereadores que já contam com dois, três mandatos poderão ter o fio de suas carreiras políticas cortadas, já que sem a possibilidade de "comprar espaço" muitos eleitores poderão optar por cara nova, com um novo tipo obrigatório de política que estará sendo executada à partir das eleições municipais do ano que vem.