SINPOL diz em nota que o aumento da criminalidade e violência em Pernambuco é culpa do Governo do Estado, não dos Policiais Civis.
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Imagens capitadas no Google |
NOTA DO SINPOL - Diante das afirmativas do Governo
do Estado, através da Secretaria de defesa Social, que atribuiu a uma suposta “Operação
Padrão” dos Policiais Civis parte da responsabilidade pelo aumento da
violência, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco vem a público, mais
uma vez, esclarecer que para nós é necessário uma melhor compreensão da
criminalidade e das situações de trabalho à que está submetido o Policial
Civil, para que tenhamos um melhor diagnóstico dos problemas pelos quais passa a
instituição Policial Civil e a segurança pública.
Desde o final de 2014, o SINPOL
apontava que a falta de investimento na policia investigativa iria produzir a
“falência do Pacto Pela vida”, o que foi negado pelo Governo com falsas
análises e promessas. Durante o ano de 2015 percorremos o Estado chamando a
atenção para o aumento da violência e debatendo em todos os espaços públicos a
necessidade de se dar melhores condições de trabalho a policia, estruturas para
as delegacias, institutos e demais unidades policias, fornecendo-se
equipamentos para a viabilização das atividades, inclusive, apontando a falta
de equipamentos de segurança individual, a falta de materiais básicos como
papel e impressora para a realização dos atendimentos, porém, o Governo do
Estado insistiu em apontar para os profissionais de segurança como sendo, em
parte, os responsáveis pelo aumento da criminalidade. Tal atitude é na verdade
uma tentativa de fugir de suas responsabilidades, utilizando-se de subterfúgios
e pretendendo desencorajar o movimento de legalidade feito pelos policiais.
Da mesma forma que é impossível
os hospitais realizarem cirurgias sem médicos, sem bisturis ou luvas, é
impossível as delegacias e institutos, (IML, IC e IITB) fazerem os
procedimentos policiais sem os profissionais, sem papel ou sem investigações. Não
se combate a violência com discursos de esperança ou promessas não cumpridas. A
criminalidade se combate atacando a impunidade, o que só se alcança com a
investigação bem feita, função exclusiva da Policia Civil.
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Imagens captadas no Google. |
É necessário profissionalizar a
policia que investiga os crimes o que não será possível se continuarmos sob a
política do improviso, respeitando-se as especificidades de atribuições de cada
cargo, garantindo-se os direitos dos policias, cobrando-se corretamente seus
deveres, seguindo a legalidade, que é o que propõe a operação Policia Cidadã.
A falta de compromisso do Governo
do Estado com a segurança, com seus profissionais e, consequentemente com a
população resultou nos vários pedidos de interdição de delegacias e dos IML’s.
Além disso, a manutenção do programa JORNADA EXTRA DA SEGURANÇA (PJES), que é
apenas um paliativo para a falta de policias, torna-se mais um patrocinador da falência
da Policia Civil, uma vez que expõe os policiais a rotina de trabalho
extenuantes, com carga horária de até 78 horas ininterruptas, sem sequer
garantir-lhes direitos trabalhistas. Desta forma, ficam prejudicadas as
investigações e toda atuação da polícia civil, resultando no acumulo de inquéritos
nas delegacias, na baixa resolutibilidade dos crimes, aumentando o estresse, as
doenças psíquicas e demais doenças laborais entre os servidores.
O SINPOL propõe a correção das
distorções históricas no trato com os direitos dos policias civis, estratégias
melhores e mais eficazes, atuação conjunta dos diversos órgãos públicos para
destravar o sistema de segurança, mais trabalho, mais debate com os diversos
setores da sociedade, mais respeito pelos cidadãos e menos discursos,
propagandas e gastos públicos desnecessários.
Vamos continuar na luta por
valorização real e funcional, dialogando e conscientizando a população sobre a
necessidade de uma polícia civil forte e atuante, como instituição que, tendo
plenas condições de trabalho e dignidade, contribuirá decisivamente para
solucionar os crimes, combater a impunidade e, assim, prevenir e evitar ainda
mais o sofrimento de todos os que, diuturnamente são vítimas da marginalidade,
dando à população de Pernambuco a devida segurança e o merecido respeito.
A DIRETORIA