Fundo eleitoral do PT de Lula e do PSL de Bolsonaro podem ter R$ 250 milhões cada para campanha municipal em 2020.

Tanto o PT quando o PSL não terão do que reclamar nas eleições municipais no ano que vem.
Na proposta de Orçamento que enviou ao Congresso, o governo federal previu a destinação de R$ 2,5 bilhões para o fundo que financiará campanhas eleitorais no ano que vem, valor 48% maior do que no ano passado. Se aprovado por parlamentares, o PT receberá a maior parcela, de R$ 250,3 milhões, e o PSL, R$ 249,9 milhões. Lideranças partidárias, porém, discutem mudanças nos critérios de distribuição de recursos.

Orçamento prevê R$ 2,5 bi para fundo eleitoral em 2020 - Valor é 47,9% maior que o destinado às campanhas em 2018.

Na contramão dos cortes orçamentários, o governo federal previu destinar R$ 2,5 bilhões para financiar campanhas de candidatos a prefeituras e câmaras municipais nas eleições do ano que vem. A previsão do fundo eleitoral de 2020 é 48% maior que o gasto no pleito do ano passado, quando os partidos receberam R$ 1,7 bilhão da União. As informações constam do projeto de lei orçamentária (PLOA) enviado ao Congresso na última sexta-feira.

A previsão do Executivo ainda é bastante menor que a sugerida por parlamentares. No início de agosto, a comissão no Congresso que analisa o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) — que serve como base para elaboração do Orçamento — propôs um repasse de R$ 3,7 bilhões para o fundo eleitoral. O governo logo manifestou que se oporia a esse aumento. Mas, na última sexta-feira, enviou uma proposta de R$ 2,5 bilhões. 

O aumento de 48% do fundo eleitoral repercutiu mal nas redes sociais. A equipe do jurídico da Presidência passou o último sábado em busca de justificativa para o reajuste. A explicação foi parar no Twitter do presidente Jair Bolsonaro. O texto dizia que “o governo apenas cumpriu determinação (fundamentado em Lei), da presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Min. Rosa Weber”.

Se o Congresso mantiver o valor de R$ 2,5 bilhões, o maior repasse será destinado ao PT, com R$ 250,3 milhões, e o segundo maior ao PSL, com R$ 249 milhões. A fatia dos dois partidos teria R$ 116 milhões a menos do que o previsto caso o fundo total fosse de R$ 3,7 bilhões. A lei atual leva em consideração o tamanho das bancadas dos partidos no Senado e na Câmara no fim do ano imediatamente anterior à eleição, ou seja, em dezembro de 2019.

Lideranças partidárias discutem, porém, uma mudança nos critérios de distribuição, para que seja considerada a bancada eleita em 2018, evitando que partidos percam verba por conta de parlamentares dissidentes. O projeto de lei deve ser votado em breve na Câmara.

Relator do projeto de lei orçamentária anual no Congresso, o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE) defendeu o fundo eleitoral como financiamento de campanha, mas evitou discutir o tema “neste momento”:

— Estou mais preocupado com os cortes de educação, que são até mais graves. Essa eleição é diferente, por ser municipal, tem custo mais elevado, muitos candidatos e teria de ter um valor diferente da outra. Já que o Congresso aprovou o fim do financiamento privado, só restou o público.

Com informações de O Globo.