Pensamentos de um homem no mundo

Tava aqui pensando, com meus botões, como as coisas deram um total retrocesso, nesses últimos dias. Parei, pensei e olhei ao meu redor. Será que todos estão vendo modernidade, quando eu apenas vejo a coisa ruim? Será que esse blogueiro é pessimista? Será que sou eu quem não quero o bem de minha cidade, nem o progresso de meu povo?

Muitos foram os pensamentos que me vieram à mente, e hoje, estou falando disso sem medo. Como poucos devem saber, sou espírita, e todo espírita, deve utilizar de uma mentalidade racional, mesmo nos tempos de hoje. Antes de dar sequência aos meus pensamentos vou trazer aqui um texto de Allan Kardec, transcrito do livro O Evangelho Segundo O Espíritismo.

O Homem de Bem

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.

Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se em todas as coisas à sua vontade.

Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.

O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à justiça.

Encontra sua satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros, antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa.

É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.

Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não tem ódio, nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.

Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.

Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.

Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.

Não se envaidece em nada com a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.

Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.

Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.

O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente.

O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.

Esta não é a relação completa das qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce para possuí-las, estará no caminho que conduz às demais.

Allan Kardec no Livro O Evangelho Segundo o Espiritismo

Daí então comecei à rever meus passos e perceber que, como ser humano, como pessoa do povo, como cristão e espírita esse é um de meus deveres; cumprir fielmente algo em favor do outro tendo sempre livre a consciência. Sem me permitir esmorecer e nem compartilhar do jogo politico corrupto. Se ainda existem pessoas à frente de determinados cargos, eles que depois resolvam com suas consciências pesadas e com o ser que tomam por seus deus. Como é bom, ser quem sou, sabendo que tudo  que faço tem um propósito!

Conheço alguns espíritas que antes preferem estar ladeados dos tais corruptos de nossa terra à agir segundo a racionalidade espírita. Outros, ainda, preferem mais o silêncio, como prova de medo e desculpa de humildades do que falar abertamente dos problemas que lhes afligem, quando são confrontados, e entre a verdade e a "sociedade" muitos espíritas esquecem da ombridade.

Para aqueles e aquelas que sabem do que estou falando, estamos no período de provas e expiações, passando para a transição. E se hoje estamos nos calando, é sinal de que ainda desejamos permanecer no lamaçal do erro.

Em Barreiros, posso dizer que Ed Soares é praticamente um Alamar Regis Carvalho para os espíritas. Isso é fato!

Quero apenas dizer aos meus irmãos e amigos, diante do exposto acima que continuo por aqui, sempre, em busca de dias melhores para meus conterrâneos, não importando a sua crença individual, ou partidarismo político. Afinal de contas, perante Deus, que é o Pai e nossa força Maior, todos somos irmãos!

Aqueles que nos dias atuais usam da mentira e da vilania, terão, à seu tempo, sua paga!

De uma coisa é certa, meus amigos, se antes eles usaram de um caixão, desfilando nas ruas de nossa cidade, fazendo com que um homem de bem tenha cometido suicídio, e tentaram fazer a mesma coisa com um outro adversário político, tendo esses dinheiro o suficiente para manterem-se, imagem o que não poderão fazer com um mero blogueiro?

No entanto, o que tem mais valor para um espírita cristão deve ser antes de mais nada, a consciência do dever cumprido!

E para finalizar essas extensas linhas, volto à citar uma frase que criei dois anos depois da partida de minha mãe para o plano espíritual.

"Renascemos todos os dias para viver nosso melhor papel no palco chamado vida. Ninguém nos substitui. Sabemos bem ser quem somos!"