“Lamentavelmente, o presidente não desceu do palanque”, afirma Carlos Veras

Após a sessão de abertura da 56ª legislatura do Congresso Nacional, ocorrida nesta segunda-feira (04), o deputado federal Carlos Veras (PT-PE) emitiu nota comentando o teor da mensagem presidencial: 
Deputado Federal Carlos Veras do PT de Pernambuco.
A expectativa para a Mensagem presidencial é a fala de um estadista, do líder de todos os brasileiros, que trabalhará em conjunto com o Congresso Nacional. Infelizmente, não foi o que vimos. O presidente da República continua a se basear nas mesmas falsas premissas da campanha, falando apenas aos seus eleitores sobre um fantasma que estaria destruindo a sociedade brasileira. Há uma demonstração clara de que o presidente não desceu do palanque eleitoral.
Não há e nunca houve um bicho papão corrompendo a essência da sociedade brasileira. O desenvolvimento de uma sociedade plural, bem informada e com amplo acesso à educação é a solução para o Brasil, não o problema. A criação de um inimigo imaginário serve apenas àqueles que precisam de uma desculpa para extravasar seus preconceitos contra àqueles que pensam de forma diferente.
O presidente demostra ignorância ao atacar o sistema educacional brasileiro, que teve o seu acesso ampliado durante os governos do Partido dos Trabalhadores, principalmente para os mais pobres. Jair Bolsonaro fala em uma educação livre ao mesmo tempo que seus ministros falam em educação sem escola, cerceamento da liberdade de docência e na limitação do acesso às universidades.
O Brasil é um país laico, conforme reafirmado pela Constituição de 1988, não guiado por corrente religiosa, questão de foro íntimo de cada indivíduo. A responsabilidade do Estado é garantir as liberdades individuais.
Também é responsabilidade do Estado inibir as desigualdades sociais. Ao propor uma Reforma da Previdência que penaliza os mais pobres, em vez de combater a sonegação bilionária de grandes empresas e retirar isenções fiscais, o presidente da República demonstra disposição em aprofundar essa desigualdade ao invés de combatê-la.
Espero que a guerra ao crime organizado inclua as milícias outrora homenageadas pela família do presidente e que são suspeitas de envolvimento na morte de Marielle Franco. Apenas quando os assassinos forem identificados e punidos, assim como aqueles que ameaçam o deputado Jean Wyllys, poderemos falar em rejeição à perseguição à oposição.
Assim como também espero que o combate à corrupção inclua a investigação rápida e eficiente dos escândalos envolvendo familiares, amigos e ministros do presidente.