Enquanto a Amazônia queima, ruralistas tentam devastar direitos indígenas na Câmara


Nas últimas semanas, o Brasil e a Amazônia têm atraído os olhares e a preocupação do mundo inteiro, graças à desastrosa política antiambiental do governo Bolsonaro. Depois das queimadas gerarem debate na reunião do G7 em Biarritz, na França, outra reunião, esta em Brasília, foi convocada pelo presidente para – supostamente – tratar do tema com governadores dos estados da Amazônia Legal.

O encontro, entretanto, foi utilizado por Bolsonaro como plataforma para agredir de forma preconceituosa os povos indígenas. Sem nenhuma resposta para oferecer ao problema que só se agrava, Bolsonaro preferiu desviar o foco do debate, lançando mão de ataques contra as demarcações de terras indígenas e teorias conspiratórias.

Foi rebatido, com indignação, por organizações indígenas, indigenistas e pelas pessoas que perceberam nas falas de Bolsonaro uma maldosa manobra diversionista. O Cimi também se manifestou, como você pode conferir logo abaixo.

Enquanto isso tudo acontecia e os povos seguiam padecendo, em seus territórios, com invasões e incêndios criminosos, a bancada ruralista aprovava o relatório da PEC 187 na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. O projeto pretende permitir atividades agropecuárias e florestais dentro de terras demarcadas – o que a Constituição já admite.

Depois de uma forte mobilização dos povos indígenas, as propostas mais agressivas aos seus direitos, como a abertura de suas terras para a exploração por fazendeiros e a mineração, foram retiradas da PEC.

Ainda assim, os indígenas são contra qualquer alteração em seus direitos constitucionais – que, ademais, são cláusulas pétreas – e agora lutam para que a tramitação da PEC 187 seja barrada na Câmara.

Confira, abaixo, estes e outros destaques do boletim O Mundo que nos Rodeia:

Indígenas pedem a Maia que tramitação da PEC 187 seja barrada na Câmara


Embora não tenha se comprometido com indígenas, o presidente da Câmara criticou a aprovação da proposta na CCJC: “não era o momento”