O triste quadro dos barreirenses nestes Ășltimos anos e a falta de perspectivas.

Existe mais miséria em nossa cidade do que se imagina,
ou possamos imaginar.
Hå mais de trinta anos que a cidade de Barreiros vem andando devagar, bem distante do progresso, graças à uma política mesquinha que tem afetado diretamente os menos favorecidos.

Um grupo de pessoas de bens (nada å ver com homens ou pessoas de BEM. SituaçÔes bem distintas) que, politicamente envolvidos nas maracutaias políticas, e enchafurdados na politicagem, traçam planos para guia de seus bolsos e suas empresas, passando por cima da miserabilidade popular, deixando um rastro de dependentes, financeira e caritativamente. São os que chamo de devotos da miséria popular.

Pessoas comuns que, levadas Ă  falta de alimentos, de trabalho, de oportunidades sĂŁo obrigados e obrigadas Ă  pedir esmolas Ă  uma certa elite barreirense que adora ser “adorada”, quando um menos favorecido chega Ă  lhe pedir um ou dois reais da cachacinha do dia para alivio da fome do refĂ©m da embriaguez.

Alguns politiqueiros, como JoĂŁo Baleia, por exemplo, sĂŁo mestres em criar diariamente o esmoler. Sem emprego, o cidadĂŁo comum passa Ă  pedir “uma ajuda” para aquele dia. E para pessoas como ele Ă© fĂĄcil “puxar do bolso” qualquer nota ou moeda e “doar” esperando o olhar miserando de agradecimento do pedinte marginalizado.

Se fosse nos tempos dos circos romanos João Baleia e alguns de seus grupos seriam os donos das arenas, colocando o pobre cidadão numa disputa impar de forças contra leÔes famintos e devoradores.

Nalgumas esquina encontram-se os pobres da cachaça Ă  mendigar, sem empregos, qualquer quantia para completar o valor de “um tubo” (garrafa) para mais um dia.

Numa cidade em que emprego Ă© de praticamente um para cem barreirense, a disputa invalida e injusta tem igualmente levando alguns Ă  praticas subumanas por uma sobrevivĂȘncia Ă  base de desvios de carĂĄter, graças Ă queles e aquelas que lhes rouba todos os dias suas oportunidades, em beneficio prĂłprio.

Assim vamos encontrando novos drogados, viciados de diversas montas, entregues Ă  seus dias e noites, sem objetivos, jĂĄ que nĂŁo temos na cidade uma escola profissionalizante ou empregos para cerca de 85% do populacho, abandonados Ă  prĂłpria sorte.

Enquanto eles e elas penam em busca de mais um dia, matando lagartixas de pedras nuas, encontramos desvios da merenda pĂșblica para engenhos e sĂ­tios particulares; casas sendo construĂ­das, reformadas e/ou levantadas com o dinheiro pĂșblico; cimento, tijolo, areia, alĂ©m de mĂŁo de obra oriundas dos gastos pĂșblicos desviadas para satisfação pessoal, por corruptos enrustidos e engalfinhados em novos paletĂłs e ternos polĂ­ticos.

João Baleia, neste caso, é apenas um dos diversos e pérfidos exemplos dos que vive à custas da miserabilidade de um povo sem perspectiva, sem rumo, sem destino, sem caminho...

Depois de João, encontramos os Carlinhos da Pedreira, os Toinho da Coca, os Elimarios e tantos que depois dele, o grande mestre, aprenderam à locupletarem-se da miserabilidade e sofrimento diårios, de um povo barreirense que não sabe mais para onde ir, nem o que fazer e tão pouco o que pensar ante a falta de futuro, por um presente destruidor, no péssimo quadro administrativo popular.

A culpa, no entanto, não é apenas dos Joãos Baleias da vida, mas também, e sim, dos que o bajula, ou bajula outros iguais, esquecendo-se da própria dignidade, acreditando em falsas promessas salvadoras de melhores dias que nunca virão.